
Ex-presidente cumpria pena por financiamento ilegal de campanha com recursos da Líbia; Promotoria ainda pode recorrer da decisão
A Justiça francesa decidiu conceder liberdade provisória ao ex-presidente Nicolas Sarkozy, preso em outubro após condenação por financiamento ilegal de campanha com recursos do governo líbio.
A decisão foi tomada nesta segunda (10), pelo Tribunal de Apelações da França, que acatou o pedido da defesa para que o político cumprisse a pena em regime aberto. A Promotoria de Paris ainda pode recorrer.
Com a decisão, Sarkozy deverá deixar o presídio de La Santé, em Paris, nas próximas horas. Aos 70 anos, ele se torna o primeiro ex-chefe de Estado da era moderna francesa a ser encarcerado e, agora, o primeiro a ser libertado antes de cumprir sequer um mês da pena.
Condenação e contradições do caso
O ex-presidente foi condenado em setembro pelo Tribunal Criminal de Paris por associação criminosa e financiamento ilícito de campanha eleitoral, em um caso que ligou diretamente o Palácio do Eliseu ao regime de Muammar Khadafi, ditador líbio deposto e morto em 2011.
As investigações indicaram que parte dos recursos usados na campanha presidencial de 2007, que levou Sarkozy ao poder, teria vindo de um esquema de corrupção internacional. Mesmo assim, o ex-presidente nega todas as acusações, alega perseguição política e insiste em que “dormirá de cabeça erguida”, como disse ao ingressar no presídio.
Em audiência por videoconferência nesta segunda, Sarkozy classificou a experiência como “implacável” e agradeceu aos funcionários da prisão que, segundo ele, “tornaram o pesadelo suportável”.
