
O ano de 2024 registrou a maior área queimada nas florestas da Amazônia e da Mata Atlântica desde o início do monitoramento por satélite, em 1985. Segundo relatório do MapBiomas, o fogo destruiu cerca de 30 milhões de hectares de vegetação em todos os biomas brasileiros — um aumento de 62% em relação à média histórica, que era de aproximadamente 18 milhões de hectares.
A devastação foi impulsionada por uma combinação de seca severa, especialmente nos anos de 2023 e 2024, e práticas agropecuárias com uso intensivo de fogo para manejo de pastagens, que frequentemente fogem do controle e viram incêndios florestais.
A Amazônia lidera em volume de área queimada, com 15 milhões de hectares, sendo metade da destruição nacional. Um dos casos mais graves ocorreu na Terra Indígena Utiatiti, no Mato Grosso, onde mais de 2 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas. Na Mata Atlântica, os números impressionam: 1 milhão de hectares queimados, um salto de 260% sobre a média histórica.
No Pantanal, imagens de satélite mostram a transformação drástica da vegetação às margens do Rio Paraguai, onde o fogo atingiu 2 milhões de hectares. A maioria dos incêndios ocorreu no período de seca, entre agosto e outubro, coincidindo com picos de temperaturas e ausência de chuvas.
A coordenadora do MapBiomas, Ane Alencar, alerta que o aumento de queimadas está diretamente ligado à degradação e ao desmatamento:
