
De acordo com Chiquini, Mauro Cid tentou atribuir minuta ao ex-assessor de Bolsonaro
Jeffrey Chiquini, advogado de Filipe G. Martins, afirmou ter provas de que Mauro Cid redigiu a “minuta do golpe” e que o tenente-coronel tentou transferir a autoria para o ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro para desviar o foco das investigações.
Chiquini disse ao Metrópoles ter localizado um “plano de golpe” no celular de Cid, entre os 78 terabytes de material anexados aos autos da suposta “trama golpista”. Segundo ele, metadados do arquivo comprovariam que o militar escreveu o documento.
“Nós temos documentos exclusivos, inéditos, a apresentar na Corte amanhã. Nós conseguimos acessar o celular do Mauro Cid. Eu afirmo para vocês: Mauro Cid, diferente do que todo mundo imaginava, queria golpe. Ele criou uma minuta golpista e tentou convencer seus comandantes a dar um golpe de Estado. E tudo isso estava no celular dele, e foi omitido até hoje. Mauro Cid apresentou essa minuta aos comandantes, que não aderiram à sua vontade”, afirmou o advogado ao site.
Chiquini afirmou ainda que a minuta de Cid previa a criação de um “tribunal constitucional militar”: “É uma minuta diferente, que foi omitida até agora, mas nós encontramos no celular do Mauro Cid. […] Mauro Cid criou uma falsa narrativa para se blindar”.
“Mauro Cid criou o Filipe Martins porque sabia que essa minuta dele poderia ser descoberta, e ele precisava achar um culpado para se defender”, completou o advogado.
Essa nova minuta, atribuída a Cid, é diferente da que colocou Filipe Martins no banco dos réus da “trama golpista”. Sobre esta, apreendida pela PF, a defesa de Martins nega a autoria e sustenta que o documento foi apenas fotografado por Cid em 28 de novembro, durante reunião do tenente-coronel com integrantes do Exército.
Entre os casos mais sensíveis a serem analisados no julgamento de hoje do STF está o de Filipe Martins, apontado pela PGR como um dos responsáveis pela “minuta do golpe”. Preso preventivamente desde fevereiro de 2024, ele passou 6 meses detido no Paraná, por suposto “risco de fuga”, antes de ser autorizado a cumprir prisão domiciliar.
A ordem de prisão de Martins, decretada por Alexandre de Moraes, teve como base a inclusão de seu nome na lista da comitiva de Bolsonaro que viajou a Orlando em dezembro de 2022. No entanto, a defesa já comprovou que o ex-assesor não embarcou e que a inserção de seu nome é falsa.
