
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), voltou a criticar a política de juros do Banco Central nesta quinta-feira (19), após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a Selic de 14,75% para 15% ao ano. Apesar do posicionamento contrário, chamou atenção o fato de a ministra evitar qualquer menção direta a Gabriel Galípolo, presidente da autarquia e indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante os quatro anos da gestão de Roberto Campos Neto, Gleisi foi uma das vozes mais críticas à condução da política monetária. Agora, com o comando da instituição sob liderança de um aliado do governo, a ministra adotou um tom mais moderado e institucional.
“É incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros. O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos”, afirmou Gleisi. Segundo ela, o país vive uma combinação de “desaceleração da inflação, déficit primário zero, crescimento econômico e confiança do investidor externo” — fatores que, em sua avaliação, não justificariam uma nova alta.
A decisão do Copom marca a sétima elevação consecutiva da taxa desde setembro de 2024. O movimento contraria a expectativa de parte do governo, que esperava início de um ciclo de cortes neste semestre.
