
Dados do IBGE confirmam perda de ritmo em meio aos juros elevados e consumo mais fraco
A economia brasileira perdeu fôlego no terceiro trimestre. O PIB, que representa o total de bens e serviços produzidos no país, cresceu apenas 0,1% em relação ao trimestre anterior, informou o IBGE nesta quinta-feira. O ritmo é bem menor que o do início do ano, quando a atividade avançou 1,5%.
As projeções de analistas consultados pelo Valor Econômico indicavam alta de 0,2%. O resultado confirma a desaceleração esperada após a elevação da taxa Selic entre setembro de 2024 e junho de 2025, de 10,5% para 15% ao ano — o maior nível em quase duas décadas. Desde então, o Banco Central mantém a taxa estável.
Com juros altos, a demanda esfriou. O consumo das famílias, mesmo apoiado por sucessivas quedas no desemprego, avançou apenas 0,1% no período. Economistas avaliam que, embora o ritmo de criação de vagas tenha diminuído, o mercado de trabalho ainda sustenta uma desaceleração gradual da atividade.
Diante desse cenário, analistas projetam crescimento entre 2% e 2,5% em 2025, após três anos seguidos com expansão próxima de 3% no processo de recuperação pós-pandemia.