
Governo Trump confirma bombardeio a sobreviventes no Caribe e diz que ordem partiu de Operações Especiais
O governo dos Estados Unidos confirmou o segundo ataque contra sobreviventes de um barco venezuelano destruído no Caribe em 2 de setembro. A operação ocorreu no contexto da ofensiva americana contra o regime da Venezuela. Segundo o Washington Post, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, teria ordenado verbalmente o ataque adicional aos náufragos que se seguravam nos destroços.
O governo de Donald Trump reconheceu a ação e classificou-a como legítima defesa, mas afirmou que a decisão partiu do chefe do Comando de Operações Especiais, almirante Frank M. Bradley. A porta-voz Karoline Leavitt disse que Bradley agiu dentro de sua autoridade e negou responsabilidade direta de Hegseth.
Trump e Hegseth reiteraram que as 23 embarcações atingidas no Caribe e no Pacífico transportavam narcoterroristas. O presidente apoiou o secretário, afirmando que ele não ordenou ataques a sobreviventes. Hegseth, por sua vez, reforçou o respaldo ao almirante: “O almirante Mitch Bradley é um herói americano […] e tem meu apoio incondicional”.
O episódio provocou reação no Congresso. Parlamentares republicanos afirmaram que investigarão o caso, diante de possíveis violações a leis americanas e internacionais. O manual de Direito da Guerra do Pentágono estabelece que ordens de ataque a náufragos podem ser recusadas.
O Washington Post, em editorial intitulado “A anarquia caribenha de Pete Hegseth”, destacou a fragilidade jurídica das operações, citando a “execução sumária” de mais de 80 pessoas e questionando a justificativa para atingir sobreviventes que, segundo o jornal, não representavam ameaça.
A pressão levou os comitês de Serviços Armados do Senado e da Câmara a anunciar apurações. Enquanto isso, Hegseth ironizou a controvérsia em suas redes sociais ao publicar um meme de uma capa fictícia do livro “Franklin”, com a tartaruga infantil caracterizada como militar americano atirando mísseis contra barcos de traficantes.
