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Alive: Nota de Alcolumbre desencadeia crise na indicação de Messias ao STF
Publicado em 01/12/2025 15:23
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Gabriel Jubran aponta risco de rejeição no Senado e tensão inédita entre Executivo e Legislativo

Durante participação ao programa Alive, apresentado por Claudio Dantas nesta segunda-feira (1º), o diretor de relações governamentais do Ranking dos Políticos, Gabriel Jubran, considerou a nota do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sobre a sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), “uma das mais impactantes do ano do ponto de vista de política federal”.

 

Segundo ele, a manifestação pública de Alcolumbre, que criticou a demora do governo em enviar ao Senado a mensagem formal com a indicação de Messias, representa um gesto raro e com potencial de alterar o desfecho da escolha do novo ministro do STF.

 

“Messias não tem hoje os votos necessários”

Durante a entrevista, Jubran destacou que, diferentemente das últimas sabatinas ao Supremo, Messias chega ao Senado sem margem confortável de aprovação. Ele lembrou que nenhuma indicação presidencial ao STF foi rejeitada na história recente da República, já que a última ocorreu ainda no governo Floriano Peixoto, no século XIX.

 

Segundo levantamento interno citado por ele, há um número significativo de senadores indecisos que, na prática, tendem à rejeição.

 

 

Jubran comparou ainda o ambiente atual ao das sabatinas recentes: o ministro do STF Flávio Dino foi aprovado por apenas seis votos além do mínimo necessário, enquanto o procurador-geral da República, Paulo Gonet, obteve margem de quatro votos adicionais.

 

“A grande questão é que desta vez Messias não tem o apoio declarado de Davi. O próprio relator, senador Weverton (PDT-MA), ainda que favorável, admite que será um trabalho difícil. E Otto Alencar, presidente da CCJ, marcou a sabatina para o dia 10 contra a vontade do governo, que queria adiar para 2025”, afirmou.

 

Falhas de articulação

Para Jubran, o impasse revela mais do que resistência ao nome de Messias: evidencia o desgaste acumulado entre o governo Lula e o Congresso Nacional.

 

Ele argumenta que parlamentares se tornaram menos dependentes do Executivo após a consolidação das emendas impositivas, o que, segundo ele, reduziu o poder de barganha do Planalto.

 

 

“O governo não deu a atenção que os parlamentares gostariam. Muitos senadores governistas reclamam da dificuldade de acesso ao presidente, dizendo que a Janja domina a agenda”, afirmou.

 

O diretor de relações governamentais defende que a indicação foi “mal construída” politicamente e que eventual rejeição seria um recado direto ao governo, mais do que ao próprio advogado-geral da União.

 

Disputa por orçamento 

Outro elemento apontado  como central para a crise é a ofensiva recente de Dino, contra o modelo das emendas impositivas. O ministro pautou discussão sobre o tema na Corte, o que, segundo o analista, despertou forte reação no Congresso.

 

Ele sustenta que esse movimento alimenta o interesse de Alcolumbre em derrubar Messias e forçar uma nova indicação do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao cargo — alguém que, na visão de parlamentares, defenderia a constitucionalidade das emendas impositivas.

 

 

“Para o Congresso, consolidar as emendas é uma prioridade absoluta. Dino tem atacado isso. Pacheco faria o movimento oposto. É um embate de prerrogativas”, disse.

 

“Alcolumbre pode protagonizar algo inédito”

O apresentador Cláudio Dantas reforçou a avaliação de que o episódio pode marcar uma ruptura institucional sem precedentes. Ele afirmou que Alcolumbre, já amplamente contemplado pelo governo em indicações e espaços de poder, não vê vantagem em atender ao Planalto nesta disputa.

 

“Ele já conquistou tudo. Tem ministérios, agências, indicações para tribunais. A cadeira dele é mais poderosa que a do presidente da República: ele pode até viabilizar impeachment de ministro do Supremo. Se rejeitar Messias, cria um paradigma”, disse.

 

Dantas defendeu ainda que a Constituição atribui ao Senado a “escolha” do ministro do STF, e não apenas a confirmação do nome indicado pelo presidente. Para ele, o atual impasse abre a possibilidade de o Senado exercer de forma plena essa prerrogativa.

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