
Ministro Alexandre de Moraes autorizou a visita após quase três meses de espera
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu, nesta sexta (21), a visita do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) em sua casa no Jardim Botânico, em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar.
Bolsonaro apareceu usando tornozeleira eletrônica, como determina a ordem judicial. A presença do parlamentar foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após quase três meses de espera por parte de Nikolas.
A rotina de Bolsonaro tem sido marcada por uma agenda frequente de aliados desde que teve o primeiro recurso contra sua condenação negado por Moraes e aguarda o desfecho do julgamento no STF.
A defesa tenta manter o ex-presidente em prisão domiciliar, alegando riscos à integridade física do político e condições inadequadas para transferência a um presídio comum.
Visitas autorizadas por Moraes e articulação política
Na última quarta (20), Bolsonaro recebeu o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que relatou que o ex-presidente apresentou “soluços constantes” durante toda a tarde, descrição que seus aliados interpretam como sinal de desgaste emocional e físico durante o período de restrição judicial.
As visitas foram liberadas após pedidos formais da defesa, que alegou necessidade de manutenção de articulação política, apoio emocional e acompanhamento de figuras próximas.
Moraes autorizou uma lista extensa de encontros, incluindo governadores e parlamentares considerados estratégicos para o núcleo bolsonarista.
Entre os compromissos já liberados estão reuniões com Cláudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro, prevista para 26 de novembro, e com Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, marcada para 10 de dezembro.
Contexto da condenação
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar após ser condenado no âmbito das investigações sobre sua atuação no período que antecedeu e sucedeu os atos de 8 de janeiro.
O STF entendeu que o ex-presidente participou da mobilização e disseminação de discursos que incentivaram ataques às instituições e promoveram desinformação sobre o processo eleitoral.
A defesa argumenta que Bolsonaro não oferece risco ao andamento do processo, mantém comportamento colaborativo e tem problemas de saúde que justificariam a manutenção da prisão domiciliar.
