
Medida beneficia 238 categorias, incluindo café, carne e frutas, e libera US$ 15,7 bilhões de exportações
Os Estados Unidos anunciaram a ampliação das isenções de tarifas adicionais sobre produtos brasileiros, beneficiando 238 categorias de exportações.
A medida, divulgada recentemente, é considerada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) um gesto positivo de boa vontade dos americanos, mas ainda deixa 62,9% das vendas brasileiras ao país sujeitas a algum tipo de tarifa, que varia entre 10% e 50%.
Segundo o levantamento da CNI, baseado em estatísticas da Comissão de Comércio Internacional dos EUA, a ampliação das isenções da sobretaxa de 40% faz com que 37,1% das exportações brasileiras, equivalentes a US$ 15,7 bilhões, fiquem livres de tributos adicionais.
Entre os produtos beneficiados estão café, carne, castanhas e frutas, setores tradicionais na pauta agrícola do Brasil.
Ainda de acordo com o estudo, pela primeira vez desde agosto, o volume exportado livre de sobretaxas supera o que permanece sujeito à tarifa máxima de 50%, que ainda incide sobre 32,7% das exportações.
Além disso, 7% das vendas estão sujeitas a uma tarifa recíproca de 10%, e 3,8% permanecem com a sobretaxa de 40%.
Apesar do avanço, indústrias estratégicas continuam impactadas. Máquinas e equipamentos, móveis, calçados e siderurgia ainda estão entre os setores que enfrentam barreiras tarifárias mais severas nos Estados Unidos.
Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, a ampliação das isenções é um sinal positivo, mas reforça a necessidade de negociação contínua com os americanos.
“Setores muito relevantes, como máquinas e equipamentos, móveis e calçados, que tinham os EUA como principais clientes externos, ainda não entraram na lista de exceções. O aumento das isenções é um sinal muito positivo de que temos espaço para remover barreiras para outros produtos industriais. Esse é nosso foco agora”, disse Alban em nota.
Detalhamento das tarifas
O levantamento da CNI detalha a situação das exportações brasileiras aos EUA:
Isentos de sobretaxa: 37,1% (US$ 15,7 bilhões)
Total sujeito a algum tipo de tarifa: 62,9%
Tarifa recíproca de 10%: 7% (US$ 2,9 bilhões)
Sobretaxa de 40%: 3,8% (US$ 1,6 bilhão)
Tarifa combinada de 50% (10% + 40%): 32,7% (US$ 13,8 bilhões)
Tarifa setorial de 50% (Seção 232): 11,9% (US$ 5 bilhões)
Isenção da tarifa de 40% condicionada à aviação civil: 7,5% (US$ 3,2 bilhões)
O levantamento considera dados de 2024, antes da implementação do tarifaço.
