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Com dívida bilionária, Correios vão recorrer a empréstimo de R$ 20 bilhões
Publicado em 22/11/2025 10:29
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Medidas incluem venda de imóveis e fechamento de até mil agências

Em meio a uma grave crise financeira, os Correios aprovaram nesta quarta (19) um plano de reestruturação que prevê um empréstimo de até R$ 20 bilhões ainda em novembro, com o objetivo de quitar obrigações de curto prazo e reorganizar suas finanças.

 

A estatal enfrenta um cenário de aumento de custos e queda de receitas, que resultou em um déficit líquido de R$ 4,5 bilhões no primeiro semestre de 2025, com um custo total de R$ 5,4 bilhões.

 

O plano de recuperação financeira prevê três fases principais: recuperação, consolidação e crescimento.

 

Medidas do plano

Entre as ações previstas estão:

 

Monetização de ativos e venda de imóveis, estimadas em até R$ 1,5 bilhão;

 

Otimização da rede de atendimento, com redução de até mil agências deficitárias;

 

Programa de Demissões Voluntárias (PDV) e revisão de custos com plano de saúde;

 

Possibilidade de fusões, aquisições e reorganizações societárias para fortalecer a competitividade no médio e longo prazo.

 

Correios enfrenta grave crise de R$ 4,5 bi foto: Reprodução

Correios enfrenta grave crise de R$ 4,5 bi      foto: Reprodução

A expectativa da estatal é reduzir o déficit em 2026 e retornar à lucratividade em 2027, após a implementação integral das medidas previstas.

 

Segundo os Correios, o plano busca assegurar a sustentabilidade da empresa, manter a prestação de serviços postais em todo o país e modernizar a operação da estatal.

 

A reestruturação também se propõe a fortalecer a posição da empresa diante da concorrência do setor privado, aproveitando oportunidades de mercado e racionalizando custos.

 

O senador Dr. Hiran, presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado, iniciou investigação sobre a gestão de Fabiano Silva nos Correios. Ele enviou ofícios com pedidos de documentos e informações a órgãos, como CGU, TCU, PGR e Polícia Federal.

 

Dentre os pedidos, estão cópia integral dos processos de fiscalização instaurados nos últimos cinco anos relativos à gestão administrativa da EBCT, bem como dos processos de fiscalização relativos:

 

a.1) à gestão do Postalis, no período compreendido entre 2011 e 2016, inclusive no que concerne às ações judiciais ajuizadas para reaver valores eventualmente desviados; a.2) aos aportes realizados nos últimos cinco anos pela EBCT no fundo “Brasil Sovereign II” e na empresa “Sete Brasil”; e a.3) à governança corporativa dos últimos cinco anos da EBCT e do Postalis, especificamente no que concerne à gestão de fundos de pensão e decisões financeiras de relevante materialidade.”.

 

Aos Correios, ele também solicitou cópia integral de todos os contratos “Infinitys” firmados nos últimos dez anos com integradores internacionais; relatórios de todas as auditorias internas realizadas pela EBCT a partir de 2023, e contratos de aluguel de todos os prédios da EBCT.”

 

E ainda

 

“o total de empréstimos bancários realizados entre janeiro de 2023 até maio de 2025, e quantos ainda estão vigentes após maio de 2025; total de linhas aéreas na rede postal noturna que operava no início de 2025 e quantitativo em funcionamento na atualidade; ocorrência, ou não, de pagamento extra aos carteiros motorizados de trinta por cento; montante financeiro de atrasos atuais de pagamento de fornecedores, Postal Saúde e Postalis; número de encomendas fora do prazo de entrega; razão pela qual as transportadoras não receberam as respectivas faturas; receitas com encomendas internacionais; medidas adotadas pelas auditorias dos Conselhos de Administração e Fiscalização, diante da situação financeira da EBCT; ofícios da presidência da EBCT com autorização para o transporte de baterias de lítio no modal aéreo; e atos normativos internos da EBCT que disciplinem a identificação e a mitigação de possíveis conflitos de interesse relativos a decisões pertinentes ao Postalis”.

 

Para PF e PGR, Hiran pediu cópia integral de todos os inquéritos relacionados aos Correios. Dias atrás, a comissão aprovou requerimento da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), com relatoria do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), para a abertura de procedimento de fiscalização dos Correios, que acumula prejuízo superior a R$ 7 bilhões em apenas três anos da gestão Lula.

 

Flávio incluiu as convocações dos ministros das Comunicações, Frederico Siqueira; da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; e da Fazenda, Fernando Haddad (PT). A fiscalização será feita com apoio do Tribunal de Contas da União.

 

Os Correios vivem sua pior crise financeira em anos. A estatal já admite a possibilidade de não ter dinheiro em caixa para pagar salários e despesas básicas até o fim de 2025. Caso isso ocorra, a saída será recorrer ao Tesouro Nacional, o que a tornaria empresa dependente e obrigaria o governo a incluir até R$ 20 bilhões no Orçamento Federal.

 

Simulações internas indicam que o problema de caixa pode surgir já no próximo mês. Para evitar o colapso, a direção da companhia defende um aporte da União entre R$ 5 bilhões e R$ 8,7 bilhões. Mesmo assim, integrantes do governo reconhecem, reservadamente, que a situação é um “beco sem saída”.

 

O rombo financeiro se agravou em 2025. No primeiro semestre, a estatal perdeu R$ 4,37 bilhões, três vezes mais que em 2024. Apenas no segundo trimestre, o prejuízo chegou a R$ 2,64 bilhões. Parte do resultado negativo decorre de decisões judiciais e do acordo para cobrir déficits do Postalis, fundo de pensão da categoria.

 

A crise levou o presidente da empresa, Fabiano Silva dos Santos, a colocar o cargo à disposição em julho. O governo, no entanto, ainda não encontrou substituto. O cargo é alvo de disputas políticas entre União Brasil e PT, enquanto não há garantia de socorro financeiro.

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