
Fala foi feita após aparição surpresa de Trump na sala de imprensa da Casa Branca
Donald Trump disse à CNN Brasil que dará uma “grande notícia” nesta sexta-feira (21). A declaração foi dada ontem (20) durante uma breve passagem do presidente americano pela sala de imprensa da Casa Branca, onde apareceu de surpresa para cumprimentar jornalistas.
Pouco antes, o republicano assinou uma ordem executiva que remove a tarifa adicional de 40% sobre 249 produtos brasileiros, com efeito retroativo a 13 de novembro. No entanto, ele não garantiu se a “grande notícia” de hoje tem relação com o Brasil.
A medida de ontem reverte o decreto de 30 de julho, que havia imposto sobretaxas ao Brasil sob a justificativa de “emergência nacional” ligada a políticas do governo Lula (PT).
Na época, quando anunciou as tarifas, Trump justificou a imposição das tarifas extras pois ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era alvo de uma “caça às bruxas” no país. O americano também havia citado censura promovida pelo Judiciário brasileiro “a plataformas de mídia social dos EUA”.
A lista de exceções inclui café, carne bovina, petróleo, frutas, minérios e itens ligados à indústria aeronáutica — entre os principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA. Também entram sucos, vegetais, cacau, especiarias e fertilizantes. As tarifas deixam de incidir sobre mercadorias importadas ou retiradas de armazém para consumo a partir de 13 de novembro, às 00h01 (horário da costa leste).
A ordem também determina o reembolso dos impostos cobrados desde essa data, segundo comunicado da Casa Branca. O governo americano afirma que houve “progresso inicial” nas negociações, citando a conversa telefônica entre Trump e Lula em outubro, e menciona “recomendações adicionais” de altos funcionários que levaram à decisão.
Apesar da flexibilização, o “estado de emergência” segue em vigor, e o tarifaço permanece aplicado à maior parte dos produtos originalmente listados.
A Casa Branca mantém aberto o caminho para novos ajustes tarifários caso conclua que o Brasil descumpriu exigências americanas.
Órgãos como Tesouro, Departamento de Comércio, Departamento de Segurança Interna, USTR e Conselho de Segurança Nacional seguem autorizados a monitorar o caso.
Em nota, o Itamaraty disse ter recebido a suspensão das tarifas com “satisfação”: “O governo brasileiro reitera sua disposição para continuar o diálogo como meio de solucionar questões entre os dois países, em linha com a tradição de 201 anos de excelentes relações diplomáticas”.
