
Investigação identifica repasses ligados ao Careca do INSS e patrimônio incompatível do casal
Empresa de mulher de ex-procurador recebeu mais de R$ 11 milhões do Careca do INSS
Polícia Federal aponta pagamentos e patrimônio incompatível do casal.
O ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho e sua mulher, a médica e empresária Thaísa Hottmann Jonasson, foram presos na quinta-feira 13 na operação da Polícia Federal que apura desvios em aposentadorias.
A PF acusa Oliveira Filho de emitir pareceres que permitiram a continuidade de descontos associativos ilegais. A investigação aponta incremento patrimonial de R$ 18,3 milhões e a transferência de um Porsche de um lobista para o nome de Thaísa.
Neste sábado (15), o ministro André Mendonça concedeu prisão domiciliar à médica. Na decisão, considerou que ela é responsável pelos cuidados do filho de 1 ano, que estava sob os cuidados da avó idosa.
Empresas de Thaísa receberam repasses
Segundo a PF, entidades do esquema pagavam empresas de Thaísa como forma de propina relacionada à atuação do marido. Ela recebeu R$ 11,9 milhões de empresas ligadas ao lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Em depoimento à CPMI do INSS, Thaísa afirmou que prestava serviços de elaboração de pareceres médicos.
Oliveira Filho foi procurador-geral do INSS entre 2020 e 2022 e depois atuou como consultor jurídico do Ministério do Trabalho e Previdência. Em setembro de 2023, já no governo Luiz Inácio Lula da Silva, reassumiu o cargo, mas foi afastado após o avanço da investigação.
A PF diz que o ex-procurador atuou formalmente para impedir o bloqueio de descontos em folha de aposentados e pensionistas quando o Tribunal de Contas da União determinou a medida após auditoria. Na justificativa enviada ao órgão, ele afirmou que a trava poderia ampliar filas de “idosos e pessoas de baixa instrução” nas agências.
