
Ex-líder é acusado de envolvimento em execuções e desaparecimentos forçados durante combate ao Sendero Luminoso
O Ministério Público do Peru confirmou nesta terça (11), a reabertura da investigação contra o ex-presidente Ollanta Humala por supostos crimes de lesa-humanidade cometidos em 1992, quando ele comandava o Batalhão Contrasubversivo 313, na base militar de Madre Mía.
A apuração também envolve quatro ex-militares acusados de execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados ocorridos durante o conflito armado contra o grupo terrorista comunista Sendero Luminoso.
Segundo a Promotoria de Direitos Humanos e Contra o Terrorismo, Humala, conhecido na época pelo codinome “Capitão Carlos”, teria liderado patrulhas responsáveis pelos assassinatos de Edgardo Isla e Nemer Acuña, além do desaparecimento de outras quatro pessoas na região de Huánuco.
A promotora Marita Barreto, responsável pelo caso, afirmou que o processo foi reaberto após surgimento de novas evidências. O prazo inicial da investigação é de oito meses, período em que serão coletados depoimentos e realizadas diligências.
Além de Humala, estão sendo investigados os ex-militares Tobías Huaringa (“Huaringa”), Nicanor Guerra (“Rambo”), Amílcar Gómez (“Chicho”) e Russel Vela (“Livio”).
A Justiça determinou que todos sejam incluídos no cadastro nacional de processados por desaparecimento forçado e compareçam periodicamente ao tribunal.
Humala cumpre atualmente pena de 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro, após ser condenado pelo recebimento de recursos da construtora Odebrecht e do governo da Venezuela para financiar suas campanhas presidenciais de 2006 e 2011.
Peru reabre investigação contra ex-presidente Ollanta Humala foto: Presidência do Peru/ Divulgação
Peru reabre investigação contra ex-presidente Ollanta Humala foto: Presidência do Peru/ Divulgação
Esposa de Humala em asilo no Brasil
Sua esposa, Nadine Heredia, condenada no mesmo processo, recebeu asilo político no Brasil em abril, sob proteção diplomática do governo Lula, alegando razões humanitárias.
Na segunda-feira (10), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, anulou o uso das provas fornecidas pela Odebrecht nos processos movidos pelo Peru contra Heredia.
A decisão suspende a cooperação judicial entre os dois países nesse caso, mas não impede o prosseguimento das ações penais no Peru.
