
Lobista pivô de venda de sentenças no STJ é preso pela 2ª vez
Foto: Reprodução
Redação
Redação
Publicado em:
13/11/2025
0 Comentários
PF investiga rede de lobistas, desembargadores do Mato Grosso e ex-servidores de gabinetes do STJ
A Polícia Federal (PF) prendeu mais uma vez o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, considerado pivô no esquema de vendas de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O “mestre dos magos” foi detido após autorização do ministro do STF Cristiano Zanin.
Gonçalves tinha sido preso inicialmente em novembro do ano passado, mas em julho deste ano conseguiu autorização para responder em regime domiciliar, após provar fragilidades na condição de saúde. Imagens divulgadas mostravam o lobista em “magreza extrema”.
Foto: Reprodução
Agora, após pedido da PGR, o ministro do Supremo constatou que ele já tem condições de voltar para o regime fechado, após policiais atestarem seu estado de saúde.
Segundo as investigações da PF, Andreson atuava como intermediador de vendas de sentenças em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, de forma discreta, apesar de ser dono de empresas de transporte em vários estados do país.
As investigações tiveram início em agosto de 2024, a partir da análise de mensagens encontradas no celular do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros em 2023. O material levantou suspeitas de negociação de decisões judiciais e resultou no afastamento dos desembargadores de Mato Grosso Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho.
De acordo com a PF, as conversas indicam que “um lobista teria atuado para aproximar Zampieri dos magistrados”. No âmbito da operação Sisamnes, Andreson foi preso e as residências dos desembargadores foram alvo de buscas.
Atualmente, os magistrados cumprem medidas cautelares e são monitorados por tornozeleira eletrônica.
A operação da PF investiga uma rede de lobistas, desembargadores do Mato Grosso e ex-servidores de quatro gabinetes do STJ que teriam participado do esquema de venda de decisões judiciais. O caso tramita no Supremo, porque há menções a pelo menos um ministro da Corte superior.
“Há nos autos consideráveis elementos apontando no sentido de que Andreson de Oliveira Gonçalves tinha função decisiva de comando e ingerência no contexto de suposto esquema de venda de decisões judiciais e de informações processuais privilegiadas, que envolveria, em tese, intermediadores, advogados e servidores públicos”, escreveu Zanin em decisão anterior.
“Sua atuação é demonstrada de forma veemente nos autos, revelando-se bastante indiciária sua função central no suposto comércio de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça”, acrescentou o ministro.
