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Trump aciona Marco Rubio e força governo Lula a negociar com aliado de Bolsonaro
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 06/10/2025 13:44
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A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de escalar o secretário de Estado Marco Rubio para conduzir as negociações com o governo brasileiro colocou o Palácio do Planalto diante de um dilema diplomático. Aliado político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com canal direto com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Rubio foi nomeado por Trump após videoconferência de 30 minutos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizada na manhã desta segunda-feira (6.out).

 

Na conversa, Lula pediu a revogação do tarifaço de até 50% sobre produtos brasileiros e a retirada de sanções impostas contra autoridades nacionais — entre elas, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, alvo da Lei Magnitsky. Rubio já criticou publicamente Moraes, a quem classificou como “descontrolado”, e tem defendido, nos Estados Unidos, que o magistrado persegue Bolsonaro e viola liberdades civis.

 

 

Além disso, o senador da Flórida mantém relações frequentes com Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente brasileiro e um dos principais interlocutores do bolsonarismo com o Partido Republicano. A aproximação de Rubio com setores conservadores no Brasil é vista como estratégica por Trump, que sinaliza com isso que qualquer reaproximação com o governo Lula passará por uma intermediação política com aliados de Bolsonaro.Investir no Brasil

 

Apesar do tom descrito como “amistoso” pela nota oficial do Palácio do Planalto, o encaminhamento das negociações para um nome fortemente identificado com a oposição interna a Lula no Brasil impõe obstáculos. Do lado brasileiro, foram designados para interlocução o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o chanceler Mauro Vieira.

 

Participaram da videoconferência, realizada no Palácio da Alvorada, Alckmin, Haddad, Vieira, o ministro da Comunicação, Sidônio Palmeira, e o assessor especial Celso Amorim. Segundo o Planalto, Lula reiterou a Trump que o Brasil é um dos três países do G20 com os quais os EUA mantêm superávit na balança de bens e serviços, e defendeu a suspensão das tarifas e medidas restritivas.Investir no Brasil

 

 

Além do pleito comercial, Lula propôs um encontro presencial com Trump, sugerindo a cúpula da Asean, na Malásia, como possível local. Também reiterou o convite para que o americano participe da COP30, em Belém (PA), e se colocou à disposição para viajar aos Estados Unidos.

 

A presença de Marco Rubio à frente das tratativas tem implicações que vão além da diplomacia econômica. O senador norte-americano já foi porta-voz de críticas da Casa Branca ao STF brasileiro e defendeu sanções contra Moraes após a condenação do ex-presidente Bolsonaro por tentativa de golpe. Em setembro, a embaixada dos EUA no Brasil compartilhou pronunciamentos de Rubio, reforçando o discurso de perseguição política e cerceamento de liberdades no país.Investir no Brasil

 

 

Rubio também é apoiador de pautas conservadoras, como a regulação das big techs e o combate ao ativismo judicial — temas sensíveis também para o bolsonarismo. Sua indicação é lida em Brasília como um movimento calculado de Trump para ampliar sua influência na política brasileira por meio de interlocutores afinados com a direita nacional.Guia Brasília

 

O tarifaço imposto por Trump em agosto, que elevou impostos sobre produtos brasileiros a até 50%, foi justificado pelo republicano com base no “tratamento hostil” do governo Lula a Bolsonaro. Embora mais de 600 produtos tenham sido isentados, a medida gerou pressão no setor exportador brasileiro.

 

 

A nomeação de Rubio como negociador-chefe indica que o alívio tarifário dependerá, em alguma medida, de concessões políticas por parte do Brasil — ou, ao menos, de gestos que facilitem a recomposição de canais com o entorno bolsonarista nos EUA.Investir no Brasil

 

 

A Casa Branca aposta que, com Rubio na interlocução e acesso direto à base conservadora brasileira, será possível extrair mais do que concessões comerciais: quer redefinir o tom da relação com Brasília sob parâmetros menos hostis

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