
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou uma reunião de emergência nesta segunda-feira (25) para alinhar a estratégia do governo na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. O objetivo é claro: blindar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de desgastes políticos que possam surgir das investigações sobre fraudes em aposentadorias e pensões.
Segundo relatos, os parlamentares da base serão orientados a não faltar às sessões e a adiar viagens oficiais e procedimentos médicos eletivos durante o funcionamento da CPMI. A preocupação é evitar novas ausências que fragilizem a posição do Planalto em votações decisivas, especialmente na análise de requerimentos de convocação.
A reação vem após a derrota sofrida na semana passada, quando a oposição conseguiu emplacar o senador Carlos Viana (Podemos-MG) na presidência da comissão e o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) na relatoria. O episódio, marcado pela ausência de parte da base governista, foi considerado um “apagão de articulação” e expôs a vulnerabilidade do governo no Congresso.
O líder do governo, Randolfe Rodrigues (PT-AP), admitiu falha e assumiu a responsabilidade:
“O time entrou com salto alto, subestimou o adversário, e o adversário exerceu maioria. A culpa foi minha.”
No Planalto, a principal preocupação é que a CPMI, com prazo de funcionamento de até seis meses, gere desgaste direto para Lula, atingindo sua popularidade. Um dos primeiros nomes cotados para depor é o do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, que ocupava o cargo quando as fraudes explodiram.
