
Denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por homicídio duplamente qualificado, o policial civil Cristiano Henrique de Oliveira Campos, de 23 anos, foi afastado da função e teve o porte de arma suspenso. Cristiano responde por um assassinato que aconteceu na vila Nossa Senhora de Lourdes, região conhecida pelos motéis e pela oferta de prostituição em Aparecida de Goiânia, na madrugada no dia 26 de abril de 2025. A vítima é Cleverson Freitas da Silva.
Segundo a denúncia do promotor Milton Marcolino dos Santos Júnior, na madrugada do dia 26 de abril, Cristiano abordou duas garotas de programa (sendo uma delas menor de idade) e combinou um “programa” entre eles. Logo em seguida, Cleverson chegou ao local, em via pública, dirigindo uma caminhonete e abordou as mesmas garotas de programa. Durante a conversa, o policial teria decididio adentrar ao veículo para fazerem uma “festinha” em um motel da região.
Dentro do veículo, os quatro não teriam conseguido chegar a um acordo e, segundos depois, Cristiano e as garotas de programa desceram tranquilamente do carro, conforme imagens de câmeras de segurança do local. Segundos depois, Cristiano (que é policial civil e estava armado, porém não estava em serviço), sob o pretexto de pegar um celular, começou a perseguir a pé a vítima, que dirigia tranquilamente pela região.
Imagens de câmeras de segurança teriam registrado o momento em que o acusado, que estava armado, alcançou o carro e, do lado do passageiro, efetuou o disparo. A vítima, sem chance de defesa, perdeu o controle do veículo e bateu, morrendo no local. O acusado permaneceu na cena do crime por quase dois minutos antes de se afastar, enquanto a polícia e o socorro eram acionados por terceiros.
Pedido do MP-GO
Além de denunciar o policial, o MPGO havia pedido o afastamento cautelar dele da função pública e a suspensão de seu porte de arma de fogo. O órgão ministerial aponta que a medida é necessária para garantir a ordem pública, a segurança das testemunhas e para evitar a reincidência criminosa.
O promotor Milton Marcolino lembra ainda que um incidente ocorrido 13 dias antes do homicídio, em que o acusado teria dado voz de prisão e algemado um adolescente fora do horário de serviço, “demonstra sua personalidade perigosa”. Por esta razão, ele sustenta que a manutenção do acusado em sua função e o acesso dele a uma arma funcional podem comprometer o resultado do processo e a segurança das pessoas envolvidas.
O Ministério Público requer que, em caso de condenação, seja aplicada a perda do cargo público e que o acusado seja obrigado a pagar uma indenização de R$ 100 mil a familiares da vítima, a título de reparação pelos danos morais e materiais.
