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Crises sucessivas abalam credibilidade do Itamaraty após série de declarações desmentidas
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 25/06/2025 12:41
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O Ministério das Relações Exteriores (MRE), historicamente reconhecido pela solidez técnica e pela discrição diplomática, atravessa uma das semanas mais constrangedoras de sua história recente. Em sete dias, acumulou pelo menos três episódios de desinformação pública envolvendo brasileiros em situação de risco no exterior — todos desmentidos por testemunhos diretos ou fontes oficiais.

 

O primeiro tropeço veio com a eclosão do conflito entre Israel e Irã, quando um grupo de autoridades brasileiras — incluindo prefeitos e integrantes do governo do Distrito Federal — ficou retido no país em meio à escalada militar. A chancelaria afirmou não ter sido notificada da presença da comitiva, mas os próprios viajantes divulgaram nota contestando a versão oficial e relatando a ausência total de assistência por parte do Itamaraty. A ajuda, segundo relataram, veio unicamente do governo israelense.

 

 

O segundo embaraço envolveu o caso da brasileira Juliana Marins, que caiu de um penhasco durante uma trilha na Indonésia. Em meio à mobilização pública pela jovem, o Itamaraty divulgou ter acompanhado o resgate, quando ainda não havia sequer confirmação do acesso ao local — o que foi desmentido pela própria família, que expôs a lentidão e o silêncio das autoridades brasileiras.

 

O terceiro episódio se deu com a negativa do governo de que brasileiros no Irã teriam solicitado apoio para deixar o país. A informação foi imediatamente desmentida por pessoas ligadas ao grupo, que afirmaram ter feito o pedido formal de assistência e não recebido resposta.

 

A sucessão de erros, omissões e contradições começa a corroer a credibilidade do Itamaraty, que há décadas é visto como uma das instituições mais profissionais da máquina pública brasileira. Diplomatas ouvidos reservadamente reconhecem o desgaste e o desconforto crescente entre servidores de carreira.

 

 

Em tempos de instabilidade internacional, quando a população espera precisão e proteção, a repetição de “lorotas” — como têm sido chamadas nas redes — amplia a percepção de que o órgão responsável por zelar pelos brasileiros no exterior se tornou mais preocupado com a aparência do que com a ação.

 

Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores não apresentou nenhuma retificação formal ou assumiu responsabilidade pelas falhas.

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