
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (24) que está “infeliz com Israel e Irã após a retomada do conflito” no Oriente Médio. Durante entrevista, ele disparou: “Eles não sabem o que estão fazendo”, ao comentar sobre o descumprimento do acordo de paz entre os dois países.
Ao ser questionado por um repórter sobre as acusações de que Israel teria rompido o acordo de paz, Trump respondeu: “Sim, eles violaram, mas Israel também violou. Assim que fizemos o acordo, Israel saiu e derrubou um monte de bombas, do tipo que nunca vi antes. Eu não estou feliz com Israel. Eu não estou feliz com o Irã também. Não estou feliz com Israel sair do acordo por causa de um foguete que não aterrizou, que foi derrubado, talvez por erro. O que temos, basicamente, são dois países que estão lutando tanto e tão duro que eles não sabem o que diabos estão fazendo”, declarou.
O comentário de Trump se dizendo infeliz com Israel e Irã após a retomada do conflito veio logo após ele anunciar um cessar-fogo “completo e total” na guerra entre os dois países. Isso aconteceu dois dias depois que uma frota de bombardeiros americanos atacou instalações nucleares iranianas.
“Gostaria de parabenizar os dois países, Israel e Irã, por terem a resistência, coragem e inteligência para encerrar o que deveria ser chamado de ‘A GUERRA DE 12 DIAS’”, escreveu Trump em seu site, o Truth Social.
De acordo com relatos, Trump primeiro garantiu o acordo de cessar-fogo com Israel e, em seguida, enviou a proposta ao Irã por meio de intermediários do Catar. O combinado era que o Irã cessaria as hostilidades primeiro, seguido por Israel, 12 horas depois. Cada lado, segundo ele, deveria permanecer “PACÍFICO E RESPEITOSO”.
O anúncio de cessar-fogo foi mais um capítulo das reviravoltas desde que Israel lançou um ataque surpresa contra o Irã no dia 13 de junho. Jatos israelenses e agentes de inteligência eliminaram defesas aéreas, assassinaram cientistas nucleares e generais iranianos, além de destruírem partes do programa nuclear do país.
No dia 22 de junho, os Estados Unidos entraram na guerra com a operação chamada “Martelo da Meia-Noite”. Bombardeiros B-2 saíram do Missouri em uma missão de 37 horas para lançar 14 bombas GBU-57, conhecidas como “Massive Ordnance Penetrator” (MOP), em instalações nucleares nas cidades de Natanz e Fordow. Submarinos americanos também teriam disparado cerca de 30 mísseis Tomahawk contra complexos nucleares em Isfahan.
No dia seguinte, o Irã respondeu com uma retaliação simbólica: lançou 14 mísseis — um para cada bomba americana — contra a base aérea americana em al-Udeid, no Catar. Segundo Trump, todos, exceto um, foram interceptados e, graças ao alerta antecipado, não houve feridos. Duas horas depois, o ex-presidente proclamou o cessar-fogo.
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O que parecia ser uma trégua entre Israel e Irã rapidamente se transformou em mais um capítulo de tensão. Mesmo após o anúncio do cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, os dois países voltaram a trocar ataques. Trump se disse infeliz com Israel e Irã após a retomada do conflito, reforçando sua indignação com o descumprimento do acordo.
Pouco depois de a televisão estatal iraniana confirmar oficialmente o cessar-fogo, alarmes soaram em diversas regiões de Israel. As autoridades israelenses identificaram mísseis disparados pelo Irã, o que levou o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, a declarar que o país persa havia “violado completamente” o acordo.
Em resposta, Israel ordenou novos bombardeios contra instalações militares e governamentais em Teerã. As forças israelenses também emitiram ordens para que civis se retirassem de dois bairros da capital iraniana, enquanto explosões eram ouvidas por toda a cidade.
Entre os ataques, um míssil iraniano atingiu um prédio residencial no sul de Israel, na região de Beersheba, deixando cinco mortos e oito feridos, além de provocar destruição no local.
