A entregadora por aplicativo Flaviana Magda Santos Silva, moradora de Goiânia, vai passar por uma cirurgia intrauterina no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), neste sábado (20). O procedimento é necessário para tratar uma malformação diagnosticada em sua filha, Luna Vitória, ainda durante a gestação.

Grávida de sete meses, Flaviana recebeu o diagnóstico de ventriculomegalia bilateral acentuada, condição em que há acúmulo excessivo de líquido nos ventrículos do cérebro do feto. Para tentar impedir o avanço de uma hidrocefalia grave antes do nascimento, os médicos vão implantar um shunt, espécie de dreno que ajuda a aliviar a pressão no cérebro da bebê.

A cirurgia será realizada por uma equipe especializada do Ambulatório de Malformados do HC-UFG e é considerada fundamental para aumentar as chances de desenvolvimento neurológico da criança.

Mesmo enfrentando uma gravidez de alto risco, Flaviana manteve a rotina de trabalho como entregadora para garantir o sustento da família. Ela cria sozinha duas filhas pequenas e depende da renda das entregas para pagar aluguel, alimentação e outras despesas básicas. Sem familiares em Goiânia, já que os pais vivem no Tocantins, a trabalhadora afirma não contar com uma rede de apoio na capital.

Segundo Flaviana, o pai da bebê começou a pagar pensão recentemente, mas o valor não é suficiente para cobrir os gastos com exames frequentes e medicamentos, que precisam ser realizados a cada 15 dias por causa da condição de saúde da criança.

Com a cirurgia marcada, a entregadora terá que interromper totalmente as atividades profissionais. Por se tratar de um procedimento delicado, os médicos recomendaram repouso absoluto no período pós-operatório, o que deve impactar diretamente a renda da família.

A expectativa da equipe médica é que a intervenção ajude a conter o avanço da doença e ofereça melhores condições de vida para Luna Vitória após o nascimento.