
Exportações caem 1,1% em outubro, pior resultado desde fevereiro e China reforça foco na demanda doméstica
As exportações de comércio da China registraram queda de 1,1% em outubro, revertendo o crescimento de 8,3% registrado em setembro, segundo dados divulgados nesta sexta (7) pela administração aduaneira chinesa.
Trata-se do pior desempenho desde fevereiro e do primeiro recuo desde a implementação das novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O resultado ficou abaixo das expectativas dos analistas consultados pela Reuters, que previam aumento de 3%.
Desde a vitória de Trump em 2024, a China tem intensificado esforços para diversificar seus mercados de exportação, reduzindo a dependência do mercado norte-americano.
“Parece que a corrida para enviar mercadorias aos EUA antes do aumento das tarifas diminuiu em outubro”, afirmou Zhang Zhiwei, economista-chefe da Baoyin Capital Management.
Segundo economistas, a queda nas vendas para os EUA cortou o crescimento das exportações chinesas em aproximadamente 2 pontos percentuais, equivalente a cerca de 0,3% do PIB.
As exportações da China registraram queda de 1,1% em outubro, revertendo o crescimento de 8,3% registrado em setembro foto: Agência Brasil
As exportações de comércio da China registraram queda de 1,1% em outubro, revertendo o crescimento de 8,3% registrado em setembro foto: Agência Brasil
Em outubro, as remessas da China para os EUA caíram 25,17% em relação ao ano anterior, enquanto as exportações para a União Europeia cresceram 0,9% e para as economias do Sudeste Asiático aumentaram 11%.
O superávit comercial com os EUA atingiu US$ 24,76 bilhões, frente a US$ 22,82 bilhões em setembro, e com a UE manteve-se positivo em US$ 21,9 bilhões.
As importações comerciais chinesas cresceram apenas 1% em outubro, o ritmo mais lento em cinco meses, abaixo dos 7,4% registrados em setembro.
Destaque das importações comerciais
Destaque para aumento nas compras de soja, petróleo bruto e minério de ferro, especialmente a soja da América do Sul, enquanto as importações de cobre caíram devido aos altos preços do metal e à desaceleração do setor imobiliário.
Após a divulgação dos dados, o yuan recuou frente ao dólar, marcando a primeira queda semanal em um mês.
As autoridades chinesas reforçam a estratégia de fortalecer o consumo doméstico como motor do crescimento, um plano incluído nas metas econômicas definidas pelo Comitê Central do Partido Comunista para o período 2026-2030
