
Ex-ministro admitiu doação de empresário investigado e negou tráfico de influência envolvendo o filho
O ex-ministro da Previdência Onyx Lorenzoni afirmou nesta quinta-feira (6), em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que o colegiado tem a missão de “trazer luz” sobre irregularidades envolvendo aposentados e pensionistas, e deve repetir o trabalho realizado pela CPI dos Correios, em 2005.
“Eu quero repetir o que eu abri dizendo aqui, que a CPI do INSS irá repetir a CPI dos Correios. Porque aqui eu vejo um grupo de parlamentares decididos a começar pelo presidente e pelo relator, a mergulhar profundamente e trazermos o que os atuais governantes mais têmem: a luz. E isso a gente assistiu em 2005, 2006, assistiu depois em 2010, 2012, assistiu depois em 2015 e 2016. Ou seja, a luz é o maior problema para quem gosta do escuro”, declarou.
Lorenzoni defendeu a transparência e o caráter democrático das CPIs, ressaltando que “quem mente, quem inventa narrativa, quem burla lei, quem monta esquema, baixa os olhos. Não encara ninguém”.
Ele reforçou ainda seu compromisso com a verdade e com a punição de eventuais responsáveis por fraudes.
“Eu tenho certeza de que esta CPI, sob seu comando e do nosso relator deputado Alfredo, vai entregar para a sociedade o que a sociedade quer: verdade e punição à quadrilha que roubou os aposentados brasileiros.”
Depoimento
Durante o depoimento, Lorenzoni respondeu questionamentos do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sobre doações recebidas durante a campanha ao governo do Rio Grande do Sul, em 2022.
O ex-ministro admitiu ter recebido R$ 60 mil do empresário Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Clube de Benefícios, uma das entidades investigadas por suposto desvio de recursos de aposentados do INSS.
O parlamentar também questionou Lorenzoni sobre o envolvimento de seu filho, Pietro Lorenzoni, advogado, em outra entidade investigada, a União Brasileira de Aposentados da Previdência (Unibap).
O ex-ministro negou qualquer prática de tráfico de influência e afirmou que o escritório do filho foi contratado pela competência técnica da equipe, sem que ele tivesse conhecimento prévio dos negócios.
“Volto a pedir desculpas ao meu filho, que é um jovem, sonhador, empreendedor e talentoso, advogado de grande qualidade, por ele ter sido exposto indevidamente aqui. Eu, como pai, o defenderei”, reafirmou.
