
Deputados querem confrontar versões sobre o esquema de descontos ilegais em benefícios previdenciários
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes no INSS aprovou, nesta quinta-feira (6), um pedido de acareação entre Carlos Eduardo de Souza, conhecido como “Careca do INSS”, e o advogado Fernando Nunes. Os dois são apontados como personagens centrais no esquema de descontos irregulares em aposentadorias e pensões.
A decisão foi tomada a pedido do deputado André Fernandes (PL-CE), após divergências entre os depoimentos prestados pelos dois à comissão. Segundo o parlamentar, as versões apresentadas sobre o funcionamento da quadrilha e sobre a origem dos repasses são contraditórias.
O “Careca do INSS” já havia sido ouvido pela CPMI e negou envolvimento direto com as associações investigadas, entre elas a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) — apontada como beneficiária de parte dos descontos irregulares. Já o advogado Fernando Nunes, em seu depoimento, afirmou que Carlos Eduardo tinha conhecimento e participação ativa no esquema.
A acareação, que ainda será agendada, deve colocar frente a frente os dois investigados para que a CPMI possa esclarecer quem de fato coordenava as transações ilegais.
A CPMI que investiga as fraudes no INSS aprovou, nesta quinta-feira (6), um pedido de acareação entre Carlos Eduardo de Souza, conhecido como “Careca do INSS”, e o advogado Fernando Nunes. foto: Senado Federal
A CPMI que investiga as fraudes no INSS aprovou, nesta quinta-feira (6), um pedido de acareação entre Carlos Eduardo de Souza, conhecido como “Careca do INSS”, e o advogado Fernando Nunes. foto: Senado Federal
O presidente da comissão, senador Sergio Moro (União-PR), afirmou que o confronto é necessário para “esclarecer as contradições e chegar aos responsáveis diretos” pelas irregularidades.
O relator da CPMI, deputado Carlos Veras (PT-PE), reforçou que o objetivo da comissão é “proteger o direito dos aposentados e garantir a responsabilização de quem desviou recursos públicos”.
A CPMI também analisa novos requerimentos de quebra de sigilo bancário e telemático de suspeitos, além da convocação de ex-diretores do INSS e ex-ministros da Previdência que ocuparam cargos desde 2015.
