
O enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump, reuniram-se nesta segunda-feira (20) com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em meio à escalada de tensão na Faixa de Gaza que ameaçou o frágil acordo de cessar-fogo.
Segundo autoridades israelenses, os negociadores norte-americanos discutem a implementação da trégua e, ainda hoje, se encontrarão com mediadores do Egito e do Catar. Esta é a segunda visita da equipe de Trump à região pouco mais de uma semana após a entrada em vigor do acordo, que permitiu o retorno dos últimos 20 sobreviventes mantidos reféns pelo Hamas.
Ponto crítico: corpos não devolvidos e incidentes na “Linha Amarela”
Apesar dos resgates, 16 corpos de reféns que, pelo cronograma, já deveriam ter sido entregues às famílias ainda não foram repatriados, informaram autoridades israelenses. O Hamas sinalizou que liberará mais um corpo nesta segunda; a Cruz Vermelha confirmou.
Mais cedo, as Forças de Defesa de Israel (FDI) relataram ter eliminado combatentes que cruzaram a “Linha Amarela” — zona tampão definida no acordo e para a qual tropas israelenses se retiraram — em Khan Younis, no sul de Gaza. Conforme comunicado, os indivíduos se aproximaram “de forma a representar ameaça iminente”, o que levou ao acionamento da Força Aérea para o ataque.
Acusações cruzadas
Desde o início da trégua, ambos os lados trocam acusações de violação.
Israel afirma que o Hamas descumpre o plano ao não devolver corpos de reféns sequestrados em 7 de outubro de 2023 e por promover confrontos, especialmente em Rafah no domingo.
O Hamas acusa Israel de manter ataques pontuais no enclave nas últimas semanas.
Próximos passos
O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, deve visitar Israel ainda nesta semana para monitorar a implementação do cessar-fogo e reforçar os mecanismos de verificação. Após a agenda com Netanyahu, Witkoff e Kushner buscarão alinhamento com Egito e Catar para evitar ruptura do acordo, considerado central para a estabilidade regional e a devolução integral dos reféns — vivos e falecidos.
Até o fechamento desta edição, não havia anúncio de medidas adicionais ao plano original. O quadro segue volátil, com incidentes localizados pressionando a manutenção da trégua.
