
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) criticou, neste domingo (5), entrevista em que o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira, deu ao O Globo. Em determinado momento, o congressista afirmou que vê atualmente apenas dois nomes da direita viáveis para a disputa à presidência, em 2026: os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Para o goiano, além de vetar “pelo menos três pré-candidaturas: as de Romeu Zema (Novo-MG), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a minha”, o progressista não define quem entrará na disputa. “Não falo por [Romeu] Zema (Novo) ou Eduardo [Bolsonaro (PL-SP)], mas quanto à minha pré-candidatura, devo dizer que não dependo de aval de Ciro Nogueira.”
Como mencionado, Ciro é presidente do PP, que formou uma federação com o União Brasil, partido do governador Ronaldo Caiado. Segundo o goiano, na rede X, o senador tem atitude vergonhosa ao “se colocar como candidato a vice-presidente do governador Tarcísio” e como “porta-voz do [ex-]presidente Bolsonaro, o que ele não é”. Ao O Globo, Nogueira disse que não atua para ser vice – nos bastidores, é visto o contrário -, e que vê, atualmente, somente os governadores de São Paulo e do Paraná como viáveis.
Para Caiado, Ciro é um senador de inexpressiva presença nacional, “que um dia já jurou amor eterno ao Lula (PT)”. “Fica visível que Ciro tenta decidir por Bolsonaro quais deveriam ser os candidatos a presidente, colocando Tarcísio como preferido e o governador Ratinho como reserva”, afirma e emenda: “Quanto à decisão do presidente Bolsonaro, a respeitarei, qualquer que seja ela. E vale observar que todos nós que fomos ‘vetados’ por Ciro apoiamos Bolsonaro desde sua primeira eleição, diferente do senador, que teve uma posição ácida em relação ao ex-presidente”.
Confira a posição de Caiado na íntegra:
“Sobre a entrevista do senador Ciro Nogueira hoje ao Globo, quero dizer o seguinte:
1)A ansiedade de Ciro Nogueira em se colocar como candidato a vice-presidente do governador Tarcísio é vergonhosa, e algo tão gritante que ele já se coloca como porta-voz do presidente Bolsonaro, o que ele não é. Se Bolsonaro quiser escolher um porta-voz, certamente será um de seus filhos ou sua esposa, Michelle. Não o Ciro Nogueira, senador de inexpressiva presença nacional, que um dia já jurou amor eterno ao Lula.
2)Fica visível que Ciro tenta decidir por Bolsonaro quais deveriam ser os candidatos a presidente, colocando Tarcísio como preferido e o governador Ratinho como reserva.
3)De pronto, Ciro já veta pelo menos três pré-candidaturas: as de Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro e a minha, prestando um enorme desserviço à direita. Não falo por Zema ou Eduardo, mas quanto à minha pré-candidatura, devo dizer que não dependo de aval de Ciro Nogueira.
4)Quanto à decisão do presidente Bolsonaro, a respeitarei, qualquer que seja ela. E vale observar que todos nós que fomos “vetados” por Ciro apoiamos Bolsonaro desde sua primeira eleição, diferente do senador, que teve uma posição ácida em relação ao ex-presidente.
5)Antônio Carlos Magalhães nos ensinava que, para ter voz nacional, é preciso ser respeitado em seu estado. Lembro ao Ciro que tenho 88% de aprovação em Goiás nos últimos três anos, a maior entre todos os governadores. As mesmas pesquisas mostram que Ciro Nogueira não tem forças sequer para se reeleger senador no seu estado, o nosso querido Piauí.
6)Por fim, sugiro ao já quase ex-senador, que tenha mais moderação e mais respeito com os demais nomes que, democraticamente, colocam suas pré-candidaturas à avaliação popular. Ciro Nogueira não tem estatura política para julgar as pré-candidaturas a presidente, incluindo a minha. E certamente não será por ele que passará a decisão de construir a melhor estratégia para derrotar o PT, partido que um dia já foi tão querido pelo mesmo Ciro, e implementar um novo projeto para o Brasil e os brasileiros.“
