O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, voltou a cobrar publicamente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desta vez pedindo que o Brasil se posicione em defesa das ditaduras de Cuba e Venezuela diante do que classificou como “guerra híbrida” promovida pelos Estados Unidos na América Latina.

Em entrevista concedida à emissora estatal Telesur, Stedile reagiu à movimentação de três navios de guerra americanos rumo à costa venezuelana. Segundo ele, a ação não se trata de combate ao narcotráfico, mas de um esforço de Washington para manter sua influência no continente e financiar sua indústria bélica.

“Todas as forças populares de esquerda, da classe trabalhadora, dos camponeses, devemos nos juntar em solidariedade à Venezuela e a Cuba. E espero que o governo brasileiro perceba que ele também é vítima desses mesmos métodos de guerras híbridas e se junte à Alba-TCP para garantir que nosso continente continue sendo de paz”, afirmou.

Stedile citou como exemplo o tarifaço de Donald Trump, que impôs sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, classificando a medida como parte da mesma ofensiva que atinge Caracas e Havana.

Além da política externa, Stedile também tem criticado a lentidão do governo em relação à reforma agrária. O dirigente já acusou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), de “incompetência” por não conseguir entregar resultados.

As críticas se somam às feitas por João Paulo Rodrigues, também da direção nacional do MST, que chamou de “ridículo” o número de famílias assentadas até agora e defendeu uma meta de 65 mil assentamentos até o fim de 2025.