Offline
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/9f22fe65968d79b6f45efc1523e4c4aa.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/80a574611830c0240c40e4d3d91929b3.png
Tarifaço reduz déficit dos EUA em US$ 4 trilhões, mas prejudica investimentos e produtividade, diz órgão do Congresso
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 23/08/2025 09:33
Últimas Notícias

O tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump deverá reduzir o déficit total dos Estados Unidos em US$ 4 trilhões até 2035. Por outro lado, tende a frear os investimentos e a produtividade, além de enfraquecer o poder de compra de famílias e empresas.

 

Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça

A análise é do Congressional Budget Office (CBO), um órgão independente do Congresso dos EUA. Segundo relatório publicado nesta sexta-feira (22), a redução do déficit total do país (ou seja, o saldo negativo das contas públicas, incluindo juros da dívida) deverá ocorrer da seguinte forma:

 

 

O dinheiro arrecadado com as tarifas ajudará a diminuir o déficit primário (diferença entre receitas e despesas do governo) em US$ 3,3 trilhões até 2035.

Com isso, a menor necessidade de empréstimos federais deve cortar os gastos com juros da dívida em US$ 700 bilhões, totalizando um impacto de US$ 4 trilhões no período.

"Devido às recentes mudanças nas tarifas, essas estimativas são maiores do que a redução de US$ 2,5 trilhões nos déficits primários e a diminuição de US$ 500 bilhões nos gastos com juros que projetamos no início de junho", diz o CBO.

Apesar do impacto positivo no saldo da dívida, o órgão do Congresso norte-americano estima que as recentes mudanças nas taxas de importação — tanto pelos EUA quanto por seus parceiros comerciais — reduzirão o tamanho da economia americana.

 

“Os efeitos negativos de tarifas mais altas se manifestam na redução de investimentos e produtividade”, afirma o CBO, acrescentando que bens de consumo e de capital (usados pelas empresas na produção) ficarão mais caros, o que diminuirá o poder de compra no país.

 

Segundo o órgão do Congresso norte-americano, a tarifa efetiva sobre produtos estrangeiros que entram nos EUA está 18 pontos percentuais acima das taxas praticadas em 2024.

 

O documento não cita o Brasil — cujos produtos passaram a enfrentar uma taxa de total 50% ao entrar no país (com diversas exceções) —, mas apresenta uma lista de tarifas elevadas neste ano:

 

China e Hong Kong: 30%

Itens específicos do México: 25%

Itens específicos do Canadá: 35%

Itens específicos da União Europeia: 15%

Automóveis e peças: até 25%

Aço e alumínio: 50%

Cobre: 50%

O documento também menciona a aplicação de tarifas sobre "a maioria das importações de outros países, em pelo menos 10% do valor dos produtos, com importações de muitos deles enfrentando aumentos maiores a partir de 7 de agosto".

 

Trump assina decreto e oficializa tarifaço de 50% contra o Brasil

 

Os ganhos com as tarifas até aqui

O órgão aponta que, de janeiro a julho, o Tesouro dos EUA arrecadou US$ 136 bilhões em direitos aduaneiros (ou seja, com tarifas cobradas sobre importações), sendo US$ 28 bilhões obtidos apenas em julho.

 

Com as novas tarifas, acrescenta o CBO, a arrecadação tem sido maior do que o projetado anteriormente, em janeiro, de US$ 80 bilhões no ano fiscal de 2025 — valor próximo à média dos cinco anos anteriores.

 

"O CBO projeta novos aumentos na arrecadação nos próximos meses. Se não houver novas mudanças nas alíquotas, os direitos aduaneiros de tarifas novas e já existentes totalizarão cerca de US$ 200 bilhões neste ano fiscal", diz.

 

"No entanto, essa estimativa está sujeita a incertezas devido à variação entre o momento em que as tarifas são implementadas e quando o Tesouro recebe as receitas correspondentes", conclui.

Segundo órgão do Congresso, as estimativas utilizam métodos baseados em dados do Censo, da Alfândega e Proteção de Fronteiras (Customs and Border Protection) e do Tesouro. Além disso, incluem mudanças implementadas até 19 de agosto.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!