
O deputado federal por Goiás José Nelto (União Brasil) comentou ao Mais Goiás sobre a possibilidade da oposição ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) obstruir todas as pautas do Congresso. Segundo ele, “é direito da oposição pressionar, do governo reagir e do colégio de líderes tomar a decisão. Faz parte do parlamento. Todos os partidos têm que ter voz”. Apesar disso, ele reforça que “no grito não ganha nada” e que, hoje, não vê os presidentes da Câmara e Senado pautando o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro ou o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Nada acontece sem o mínimo de consenso. Na marreta nada acontece no Congresso, que é a casa do povo. Hoje não passa, mas amanhã pode ser que sim.” José Nelto faz parte do União Brasil, partido do governador Ronaldo Caiado e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP). O gestor, inclusive, também disse nesta terça-feira (5) que a sigla resolveu partir para a “obstrução total” contra todas as pautas do Congresso Nacional. Ele citou como justificativa a crise em torno do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o comportamento adotado pelo Estado brasileiro diante da situação. O gestor também criticou o despacho do ministro Alexandre de Moraes, que resultou na prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Há pouco, o também deputado federal do União Brasil por Goiás, Zacharias Calil, disse que a obstrução já começou. Que as reuniões de comissões de quarta-feira (6) foram canceladas. Mais cedo, nesta terça-feira, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu a ideia da oposição de um “pacote da paz” ao Congresso, que inclui “anistia ampla, geral e irrestrita”, o impeachment do STF Alexandre de Moraes, e a PEC do Fim do Foro Privilegiado. Segundo ele, esse conjunto de medidas é a solução para os problemas do País.
A fala ocorreu em coletiva na rampa em frente ao Congresso. A oposição aliada a Bolsonaro afirmou que fará a obstrução total na Câmara e no Senado até que o “pacote da paz” seja pautado. Vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ) disse, inclusive, que pautaria a anistia, caso assumisse a presidência na ausência de Hugo Motta (Republicanos-PB).
Já o impeachment de Moraes deve ser colocado no Senado. Neste momento, Zacharias não vê a medida prosperar, mas entende que a pressão está aumentando.
