
O discurso eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que transformou a narrativa “ricos x pobres” em justificativa para aumento de impostos e maior presença do Estado na economia, já cobra um preço alto: uma fuga recorde de capitais. Dados do Banco Central mostram que, apenas em 2024, brasileiros transferiram para o exterior US$ 654 bilhões (cerca de R$ 3,6 trilhões) em investimentos, segundo a Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior — que considera pessoas físicas e jurídicas com mais de US$ 1 milhão aplicados fora do país.
O volume impressiona e revela a perda de confiança no ambiente econômico brasileiro. Com a escalada de gastos públicos, ameaça de novas taxações e ataques constantes ao setor produtivo, investidores têm buscado refúgio em países com maior previsibilidade e segurança jurídica. Os Países Baixos lideram como destino dos recursos, com US$ 95 bilhões, seguidos por centros financeiros estáveis, enquanto os Estados Unidos receberam US$ 20,9 bilhões e aparecem apenas na sexta posição.
O movimento repete o que ocorreu na Argentina sob Alberto Fernández: a combinação de populismo fiscal, hostilidade ao capital privado e aumento da intervenção estatal expulsou investidores e mergulhou o país em crise. No Brasil, o resultado já começa a aparecer: menos recursos disponíveis para investimentos internos, pressão sobre o emprego e risco de aumento na inflação.
Se Lula mantiver o caminho de antagonizar investidores e ampliar a carga tributária sob o pretexto de “justiça social”, a tendência é de agravamento do êxodo de capitais, comprometendo o crescimento econômico, isolando o país nas negociações internacionais e empurrando o Brasil para um cenário de instabilidade semelhante ao que devastou a economia argentina.
