O governador Ronaldo Caiado (UB) criticou nesta terça-feira (22/7) o que classifica de “excessos” do Supremo Tribunal Federal (STF) em decisões que atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Eu sou um homem que respeito decisões judiciais. Isso é importante que seja dito, mas nós temos que entender os excessos que têm sido praticados. Esses excessos é que devem ser muito bem abolidos nesse momento e que cabe à Corte rever essas decisões”, afirmou.

“Ou seja, não se pode ter ali um julgamento que não seja dentro dos princípios da legalidade. Julgar é a função que se tem. Vingar, não.

O Supremo julga, não vinga. Tem que julgar com todo o rito, independente se é de direita ou de esquerda”, criticou.

Caiado  se refere ao cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços de Bolsonaro, na última sexta-feira (18/7), e a imposição do uso  de tornozeleira eletrônica e monitoramento de ações do ex-mandatário . 

O governador disse ainda que recebeu a notícia da operação com”muita tristeza”.”Não é condenado, não responde por nenhum crime e tem o direito de fazer a sua defesa e a liberdade de opinar em qualquer lugar. Não se pode cercear o direito à fala de ninguém. Por que vai impor a um ex-presidente aquela situação deprimente de colocar uma tornozeleira? Tornozeleira você põe em bandido que está em progressão de pena, maloqueiro”, disse.

“Ele (Bolsonaro) tem se colocado a todas as reivindicações da Justiça brasileira e esta à disposição para ir lá e responder. Para quê essa atitude? Isso não é compatível com o regime democrático”, explicou.

“A pessoa falar, opinar e o contraditório é um direito que você tem. Se você não foi processado e não está condenado, por que eu tenho que ser impedido da minha fala e ficar em uma situação ridícula como aquela com tornozeleira?”, concluiu.