
O jornalismo goiano perdeu nesta terça-feira (1º) um de seus personagens mais marcantes: o cartunista Jorge Braga. Referência nacional no universo das charges e dos quadrinhos, Braga faleceu em Goiânia. A causa da morte não foi divulgada oficialmente, mas ele já enfrentava complicações pulmonares nos últimos anos. As informações serão atualizadas.
Com traços inconfundíveis e uma verve crítica afiada, Jorge Braga foi por décadas presença constante nas páginas de O Popular, onde retratava com ironia e inteligência o cotidiano e a política local e nacional. Mesmo com as dificuldades na saúde, ele ainda exercia a profissão trabalhando remotamente para o jornal.
Sua carreira começou ainda na adolescência, aos 13 anos, em um jornal escolar. Aos 16, já estava em Goiânia, onde iniciou uma trajetória profissional que o consagraria como um dos principais cartunistas do país.
Criador de personagens icônicos como o Super Badião, Romãozinho e Perebão, este último, um herói genuinamente brasileiro que enfrentava não só criminosos, mas também as falhas do próprio sistema, Braga construiu uma obra crítica, popular e profundamente enraizada na cultura goiana.
Homenageado em vida, deu nome à Gibiteca Jorge Braga, mantida pelo Governo de Goiás desde 1994. O espaço, localizado no Centro Cultural Marieta Telles Machado, na Praça Cívica, é a única gibiteca pública do estado e conta com mais de 6 mil exemplares em seu acervo, alguns raros.
O próprio Jorge doou os primeiros 1.700 gibis. Além de manter o acervo acessível à população, o projeto também leva quadrinhos a escolas da periferia por meio de ações itinerantes. Jorge Braga costumava dizer com humor: “Sou cartunista há 48 anos, e com carteira assinada”.
