
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, saiu em defesa da primeira-dama Janja da Silva nesta quinta-feira (15/5), após a repercussão do episódio envolvendo críticas feitas à plataforma TikTok durante um jantar oficial com o presidente da China, Xi Jinping. Segundo a ministra, os ataques à esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm viés misógino e revelam a dificuldade de aceitar mulheres opinando em ambientes de poder e diplomacia.
“Minha solidariedade a Janja! Toda esta repercussão é mais um triste episódio de misoginia, mas que jamais nos tirará do lugar de luta e de enfrentamento a esse problema”, escreveu Márcia nas redes sociais.
A declaração da ministra acompanha um movimento de solidariedade interna no governo, após o vazamento da conversa entre Lula, Janja e Xi Jinping durante o jantar em Pequim. O comentário sobre os efeitos nocivos do TikTok, atribuído inicialmente à primeira-dama, foi posteriormente contextualizado pelo próprio presidente, que disse ter trazido o assunto à mesa e que Janja apenas complementou.
Lula ficou visivelmente incomodado com a divulgação da conversa, que classificou como “muito confidencial” e “uma deslealdade”. Em entrevistas, afirmou que a repercussão foi injusta e que Janja não é uma cidadã de segunda classe. O episódio gerou mal-estar dentro da comitiva presidencial e colocou ministros em posição de explicar contatos com a imprensa.
Apesar do desconforto diplomático, Márcia Lopes reforçou que o papel da primeira-dama é legítimo e que críticas desproporcionais se repetem sempre que mulheres tentam influenciar decisões públicas.
“Seguimos atuando para garantir um ambiente digital mais seguro, especialmente para meninas e jovens, que hoje estão expostas a uma série de riscos nas redes sociais, como exposição precoce e discursos nocivos”, completou a ministra.
