As negociações para a venda de ativos do Banco Master, de Daniel Vorcaro, estão em estágio avançado. De um lado, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC); de outro, o empresário Joesley Batista, por meio da J&F Investimentos. O grupo negocia a compra de ativos bancários e também de bens pessoais de Vorcaro, como imóveis e participações em empresas — ativos que não foram incluídos na transação original com o Banco de Brasília (BRB).

O desfecho da operação está condicionado a uma solução ampla: o Banco Central acompanha de perto as tratativas e deixou claro que a simples aquisição dos “ativos bons” do Master não é suficiente. O BC quer que também sejam resolvidos os “ativos problemáticos”, como precatórios e participações empresariais em situação crítica.

O empresário Renato Azevedo, dono da Latache Capital, aparece como sócio minoritário da operação articulada por Joesley.

As conversas se intensificaram no final de março, logo após o anúncio da venda de 49% do Master ao BRB. Esta é a segunda tentativa de Joesley e Azevedo em fechar um acordo com Vorcaro — a primeira, no ano passado, não avançou. Agora, o cenário é outro: pressionado por vencimentos bilionários de CDBs no curto prazo, o Master tem menos margem para recusar propostas.

A minuta do contrato já está pronta, mas a assinatura depende de amarrações finais envolvendo todos os ativos do grupo Master. Em resumo, o BC exige uma solução que abranja não apenas a venda de ativos rentáveis, mas também o equacionamento de riscos e passivos associados.

Paralelamente, o BTG Pactual, de André Esteves, também mantém negociações com Vorcaro. O banco de investimento busca adquirir precatórios do Master e discute a possibilidade de atuar como liquidante privado da instituição, em caso de necessidade. Esteves e Joesley têm mantido conversas constantes sobre o avanço dessas tratativas.