Um homem foi preso em flagrante na quinta-feira (1º/5) suspeito de ameaçar e torturar psicologicamente a própria mãe, uma idosa de 73 anos, que também cuida de um filho deficiente. A prisão foi realizada por equipes da Polícia Civil de Goiás, por meio da Central Geral de Flagrantes e da 12ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP), no Setor Recanto do Bosque, em Goiânia.

De acordo com a corporação, o investigado fazia ameaças, xingava e impunha constrangimentos à idosa para utilizar o imóvel dela como ponto de uso e venda de drogas. A mulher relatou que, durante as madrugadas, o filho quebrava objetos da casa e usava entorpecentes com outras pessoas.

“Ele fica a noite inteira usando droga e quebra os meus trem tudo”, contou. A vítima disse que o filho jogava panelas de comida fora, além de insultá-la com palavrões. A mulher relatou que, em diversos momentos, o homem dizia que “acabaria com ela” caso denunciasse os acontecimentos à polícia.

A vítima contou ainda que era impedida de circular livremente dentro da própria casa. “Ele fala que eu tenho que baixar a cabeça quando entra alguém aqui. Diz que é para virar e tomar cuidado.” Segundo ela, o filho transformou o local em um ambiente hostil, com movimentação constante de usuários e até mulheres que ele levava para manter relações sexuais. “Uma vez pegou uma menina de 22 anos na rua e trouxe para morar. Ela me xingava todo dia.”

De acordo com o delegado Humberto Teófilo, a situação é ainda mais grave porque a idosa é responsável sozinha pelos cuidados de outro filho, de 51 anos, que vive em estado vegetativo desde o nascimento. O homem tem desenvolvimento mental equivalente ao de um bebê de seis meses, não fala, não enxerga, não se alimenta sozinho e depende de fraldas descartáveis. Segundo ela, o filho preso chegou a ajudá-la no passado com o banho do irmão, mas hoje se recusa a colaborar. “Eu que dou banho, eu que cuido de tudo. Ele não ajuda em nada.”

A idosa que é viúva há 10 anos e vive somente da pensão do marido falecido diz que não aguenta mais a convivência. “Eu só queria que meu filho cuidasse da vida dele e saísse daqui”, desabafou.

O suspeito foi autuado em flagrante pelo crime de tortura psicológica e permanece à disposição da Justiça. As investigações continuam.